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segunda-feira, 30 de outubro de 2017

A NECESSIDADE DE COMUNICAR A FÉ

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Queridos irmãos e irmãs!
Estamos para concluir o Mês Missionário. E causou grande alegria em toda a Igreja a Carta do Santo Padre Francisco por ocasião do centenário da promulgação da Carta Apostólica “Maximum illud” sobre a atividade desenvolvida pelos missionários no mundo, datada de 22 de outubro. Na Carta, Papa Francisco afirmou: “Aquilo que há quase cem anos Bento XV tinha a peito e que o documento conciliar nos está a recordar há mais de cinquenta anos, permanece plenamente atual. Hoje, como então, ‘enviada por Cristo a manifestar e a comunicar a todos os homens e povos a caridade de Deus, a Igreja reconhece que tem de levar a cabo uma ingente obra missionária’. A propósito, São João Paulo II observou que ‘a missão de Cristo redentor, confiada à Igreja, está ainda bem longe do seu pleno cumprimento’ e que ‘uma visão de conjunto da humanidade mostra que tal missão está ainda no começo, e que devemos empenhar-nos com todas as forças no seu serviço’. Por isso ele, com palavras que eu gostaria agora de repropor a todos, exortou a Igreja a um ‘renovado empenhamento missionário’, convicto de que ‘a missão renova a Igreja, revigora a sua fé e identidade, dá-lhe novo entusiasmo e novas motivações. É dando a fé que ela se fortalece! A nova evangelização dos povos cristãos também encontrará inspiração e apoio, no empenho pela missão universal’” (FRANCISCO. Carta por ocasião do centenário da promulgação da Carta Apostólica “Maximum illud” sobre a atividade desenvolvida pelos missionários no mundo).
Essa preocupação do Papa Francisco traz-nos a oportunidade de refletir sobre uma característica importante da fé: a comunicação. A necessidade de comunicar a fé está implícita na consciência missionária da Igreja. De fato, ao enviar os discípulos para a missão, Jesus ordena que eles comuniquem a fé. A fé na pessoa e na obra dele, o Filho de Deus que comunica aos homens e às mulheres a vida divina. Jesus Cristo é para nós aquele que comunica Deus. Falamos, em Teologia, da autocomunicação de Deus que acontece por meio do Filho e do Espírito Santo. Portanto, comunicar a fé se radica na essência mesma do significado da Revelação. Revelação é comunicação de Deus. Ao enviar os discípulos, Jesus dá a ordem para que eles comuniquem ao mundo o que lhes foi comunicado. O que comunicamos, na realidade, é uma alegre notícia, uma boa nova, uma mensagem de esperança, de amor. Basta de notícias que não edificam, basta de notícias que entristecem e enfraquecem a nossa esperança. De fato, nós somos destinatários de uma mensagem que eleva a dignidade humana. Jesus nos comunicou o grande amor de Deus pelos homens e mulheres. O projeto do Pai é que todos sejam irmãos e irmãs, que todos trabalhem pela construção do Reino de Deus, reino da verdade e da justiça, reino da paz e do amor.
Por isso, é necessário também reconhecer que só podemos comunicar o que conhecemos. É fundamental reconhecer que a comunicação da fé acontece numa estreita relação entre a boa nova e a vida. Como a boa nova, a mensagem de Cristo, sua Palavra é verdadeira vida, então não pode haver uma separação entre anúncio, comunicação da fé sem experiência da vida. A doutrina, o dogma não são realidades hostis à vida, pelo contrário, estão a serviço da vida, enquanto são realidades que dizem respeito à relação de Deus com o homem, e nunca se dá na doutrina uma exposição de incompatibilidade entre Deus e o homem. Se é necessário afirmar a transcendência divina, isto é, Deus não é criação do homem, Ele está acima do homem, também se deve afirmar que o Deus que conhecemos é sempre o Deus conosco, manifestado e tornado próximo do homem por meio do seu Filho, o Verbo encarnado. Se Deus não tivesse se manifestado a nós, se não tivesse acontecido a Revelação de Deus não teríamos condições de afirmar nada sobre Ele. Mas, isto não se pode nem colocar, pois nós já somos parte da Revelação divina. Isto quer dizer: Deus quer se comunicar a um outro ser que não ele mesmo, pois tal comunicação existe em Deus (o Pai se dá ao Filho, o Filho se entrega ao Pai no amor que é o Espírito Santo), e para que esta comunicação exterior aconteça Ele cria o ser humano. O homem existe para ser o destinatário da autocomunicação de Deus. Isto também quer dizer que é da essência do homem a comunicação, pois ele mesmo se define como o ser que existe para receber a comunicação de Deus.

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