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domingo, 17 de abril de 2016

DOM MATIAS CELEBRA 80 ANOS DE VIDA

“Celebrar 80 anos significa reconhecer a bondade e a misericórdia de Deus”

(Foto: Cacilda Medeiros)
O que significa completar 80 anos de vida?O Arcebispo emérito de Natal, Dom Matias Patrício de Macêdo, celebra 80 anos de vida, no próximo dia 14. Nesta data, às 19 horas, na Catedral Metropolitana, ele celebra missa em ação de graças pelo dom da vida. Para Dom Matias, celebrar 80 anos, significa “reconhecer a bondade e a misericórdia de Deus.” Dom Matias nasceu em 14 de abril de 1936. Foi ordenado sacerdote em 14 de julho de 1963 e sagrado bispo em 21 de outubro de 1990. Ficou à frente da Arquidiocese de Natal de 2003 a 2011.
Significa reconhecer a bondade e a misericórdia de Deus. O salmista diz que a medida é setenta. Oitenta é dos mais fortes. Então, eu sou mais forte pela graça de Deus. Como o próprio Jesus diz: “Sem mim, nada podeis fazer.” Tempos atrás, uma pessoa completar 80 anos, era uma coisa extraordinária. Meu pai, por exemplo, faleceu antes de completar 80 anos. Completar 80 anos, também significa que eu saiba aplicar esses dias todos, que Deus me concedeu, em favor dos outros. Como padre, a gente tem condições de viver em consonância com  a vontade de Deus.
Fazendo uma retrospectiva destas oito décadas, quais os momentos ou fatos que o senhor destaca como mais importantes, em sua vida?
A primeira coisa que destaco foi a conclusão do curso primário, lá em Angicos. Naquele tempo, concluir o curso primário era o máximo. Outro ponto que destaco é a graça de ter conhecido e convivido com Dom Manoel Tavares. Ele fundou, em Angicos, dois colégios: um para meninos e outro para meninas. Lá, eu comecei a frequentar, mesmo depois de ter concluído o primário, porque o Padre Manoel Tavares oferecia uma bola pra gente jogar, isso depois de termos carregado tijolos e telhas, para ajudar na construção do colégio. Certo dia, ele perguntou se eu queria ser padre, porque eu era um menino até bem comportado e ajudava na missa. Mas, eu disse a ele que não, porque eu não tinha ideia de como fosse esse tal de seminário. Meu colega Antônio Xavier também recebeu o mesmo convite e aceitou. Então, eu pedi que ele, depois, contasse a mim  como era o Seminário. O fato é que a primeira vez que vim a Natal foi para ingressar no Seminário de São Pedro. Outra grande alegria, que marcou a minha vida, foi o dia da ordenação sacerdotal. Como consequência, guardo, com alegria, as marcas da vida do paroquiato. E, claro, a vida como bispo, que foi uma responsabilidade muito grande.

Qual o seu lema de vida, Dom Matias?
Acho que meu lema de vida é o que escolhi para bispo: ‘Todos tenham vida’. Essa preocupação de ser solidário para com o outro. Estar perto do outro, foi um esforço que sempre fiz. Quando fui eleito bispo, pedi a Deus para que eu não ficasse longe do povo.

O senhor foi ordenado sacerdote, em 1963, em pleno período em que acontecia o Concílio Vaticano II. Como foi se tornar sacerdote num momento tão decisivo para a Igreja Católica?
Dom Matias:  Muito significativo, mas também muito desafiador. As mudanças que o Concílio indicava e que eram feitas através de nós, padres. Eu vivi esse período com muita cautela. Para mim, foi desafiador, principalmente quando chegou a crise de colegas que deixaram o ministério.  Contudo, três coisas me sustentaram: a missa, o breviário e o terço. Além disso, sou devoto da Providência Divina. Ainda sobre as mudanças trazidas pelo Concílio, destaco a celebração da missa na língua portuguesa. Eu, por exemplo, quando fui ordenado, celebrava as missas em latim. E, também, usava, diariamente, a batina. Certa vez, fui celebrar em Pedro Velho. Chegando lá, me dei conta de que havia esquecido a batina em Canguaretama. Tive que voltar para pegar a batina, pois não podia celebrar sem ela.

 Com a experiência de quem já viveu 80 anos de vida, que mensagem o senhor deixa especialmente para os jovens?
Já fui jovem, num tempo em que a juventude tinha outras seguranças e outras proteções. No seminário, por exemplo, tínhamos muita proteção, e nossos formadores ficavam sempre de olho na gente. Lembro-me do reitor, Dom Adelino Dantas, fazendo as recomendações para as férias, dizendo que tivéssemos cuidado com as amigas das nossas irmãs, que tivéssemos cuidado com o violão, que não usássemos relógio de pulso. Hoje, achamos isso um absurdo, mas naquela época, eu achava que essas recomendações eram muito corretas. Inclusive, naquela época, não podíamos usar nem perfume, no Seminário. Então, hoje, meus caros jovens seminaristas, levem a sério o compromisso que vocês estão assumindo. Não se deixem levar pelo consumismo e pela libertinagem. É preciso se munir daquele que realmente pode nos fortalecer, que é Jesus Cristo. Que vocês possam beber nessa Fonte, para enfrentar as tentações do mundo.

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