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sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

CAMPANHA DA FRATERNIDADE - 2015

Pe. Vicente Laurindo de Araújo, msf
Vigário Paroquial de São Pedro Apóstolo – Alecrim - Natal

Campanha da Fraternidade inicia na quarta-feira de cinzas (Foto: Divulgação/CNBB)
Nascida na paróquia de Nísia Floresta, Arquidiocese de Natal, RN, em 1962, a Campanha da Fraternidade (CF) já foi concebida como um instrumento a serviço do desenvolvimento do espírito quaresmal de conversão, renovação interior, solidariedade e partilha fraternas. Na sua origem sofreu influência de Campanhas feitas na Alemanha pela: “Miserior” e “Adveniat,” que privilegiavam arrecadações, com objetivos de ajudar às Igrejas do Terceiro Mundo. Aqui, a CF, constitui-se a partir de uma das áreas problemáticas do Terceiro Mundo, o Nordeste brasileiro, estendendo-se, a partir de 1965,via CNBB, a todas as dioceses do Brasil, orientando-as, em etapas futuras, por uma preocupação com a evangelização transformadora e atenta à constante preocupação com a problemática da exploração e propondo o seu antídoto, a luta pela justiça social, mobilizando a Igreja Católica para uma contínua intervenção solidária, comprometida com as mudanças de cunho transformador, abertas à construção de estruturas participativas e democratizantes.

Optou-se por dividir as três fases, balizadas por números, já que não é possível descrevê-las pelos seus conteúdos temáticos específicos. Na 1ª fase de 1964-1972 a Igreja busca sua renovação interna pela conversão dos seus fiéis. Já em 1964 o tema: “Lembre-se você, também é Igreja!” Despertando o cristão para doação, em 1968, conclama-o a “Crer com as mãos.” Na 2ª fase de 1973-1984, influenciada pelas Conferências de Medelín e Puebla a Igreja elege temas relativos à realidade social do povo, despertando-o para a tomada de consciência das graves injustiças sociais, vistas pelos bispos em Puebla, como “institucionalizadas,” (cf. DP nº46). O tema de 1973 já indica o que vai nortear o período: “ Fraternidade e libertação!” e o lema; “ O egoísmo escraviza, o amor liberta!”Fecha o período com tema: “Fraternidade e vida” e o lema: “Para que todos tenham vida!” Na 3ª e última fase, a mais longa de 1985-2015 as temáticas se constroem a partir das condições existenciais, voltadas para as lutas do povo, enfrentando-se as mediações sociais, construídas por uma herança de injustiças que resistem às mudanças inclusivas, participativas e abertas à construção do bem comum. Em 1996 o tema: “A fraternidade e a Política!” e o lema:“ Justiça e paz se abraçarão!” É indicativo de que há uma convergência para  se chegar, em 2015, impulsionados por um forte apelo profético, com tema: ”Fraternidade: Igreja e Sociedade!”e o lema “Eu vim para servir!”(cf. Mc.10, 45).

Um olhar panorâmico para as Campanhas da Fraternidade, vividas pela Igreja Católica brasileira nesses 50 anos permite identificar que três grandes objetivos foram buscados: a) Despertar o espírito comunitário e cristão do povo de Deus, comprometendo-o com as lutas para construção do bem comum; b) Educar para vida fraterna, a partir da justiça e da prática do amor, como resposta exigente aos apelos do Evangelho, e, nele, da 8ª Bem Aventurança; c) Recordar ao cristão sua responsabilidade de uma evangelização aberta à promoção humana em luta por uma sociedade mais justa e solidária. 

A CF de 2015, com o tema: “Fraternidade: Igreja e Sociedade” e o lema: “Eu vim para servir” (cf Mc 10,45) afirma, confirma e aprofunda o diálogo ensaiado e praticado nas relações da Igreja mediadas pela sociedade nos últimos 50 anos. A sociedade, compreendida como um coletivo de cidadãos com leis e normas de conduta, organizadas por critérios laicos autônomos, com entidades que, supõe-se, devam cuidar do bem comum dos que a constituem. A Igreja, por sua natureza e missão deve evangelizar, na força da caridade e da justiça, indissociável de um compromisso com os mais carentes e excluídos na condição cidadã e cristã se eles, assim optarem. Só a leitura do Manual ou do Texto Básico da CF de 2015 dará conta dos desafios e apelos feitos ao cidadão e ao cristão brasileiros. É uma leitura muito recomendável para nos darmos conta do que somos.

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