Famílias rendem graças pela construção de mais de
500 cisternas
A noite
da última sexta-feira, 11, foi de festa e ação de graças para dezenas de
famílias de várias comunidades do município de Sítio Novo, na região do Trairi.
Às 19 horas, ao lado da capela de São José, na comunidade Serra de Baixo, as
famílias se reuniram para participar da missa, presidida pelo Arcebispo
Metropolitano de Natal, Dom Jaime Vieira Rocha, concelebrada pelo Padre João
Batista de Lima. Era o momento de ação de graças pelas 536 cisternas,
construídas em várias comunidades rurais de Sítio Novo, pelo Serviço de Apoio
aos Projetos Alternativos Comunitários (SEAPAC), organismo da Igreja Católica.
De acordo
com o agrônomo Damião Santos, responsável pelo projeto, 536 famílias foram
beneficiadas com tecnologias sociais de captação e armazenamento de água para
beber e para produzir alimentos. “Foram 423 cisternas da primeira água, ou
seja, de água para beber e cozinhar, e 113 cisternas da segunda água, que são
as cisternas calçadão, enxurrada, barreiro de trincheiro e barragens
subterrâneas”, explica. A construção se dá através de um processo pedagógico,
com a participação das famílias envolvidas. “Há capacitação de gerenciamento do
uso da água, tanto para beber, como para cozinhar e para produção de alimentos.
As famílias se envolvem e muitas constroem sua própria cisterna”, comenta o
agrônomo.
Para as
famílias beneficiadas, a construção da cisterna significa uma conquista e uma
melhoria para a qualidade de vida. “É uma transformação muito grande para a
nossa família e para a nossa comunidade. Antes, a gente ia pegar água na
cacimba e era uma água salobra. A chuva caía e a gente, com tristeza, via a
água ir embora, porque não tínhamos onde armazená-la. Agora, temos esse
reservatório ao lado de casa, com água de boa qualidade, e que dá pra gente beber
o ano inteiro”, testemunha o agricultor Ozamir Gomes, residente na Comunidade
Serra de Baixo. Ele foi beneficiado com duas cisternas: uma da primeira água e
outra da segunda água. Ozamir diz que para utilizar o reservatório da segunda
água, a família aprendeu a cultivar hortaliças. “A gente possui um pomarzinho,
onde plantamos coentro, alface e cebolinha. Além disso, recebemos capacitação
para aprender a criar, corretamente, as galinhas”, diz.
Para o Arcebispo, Dom Jaime Vieira Rocha, a
celebração foi um momento de render graças a Deus pelas tecnologias de
convivência com o semiárido que vão se consolidando nas comunidades rurais,
através da presença da Igreja. “Há mais de 20 anos, a Igreja fundou o SEAPAC,
que trabalha orientando e envolvendo as comunidades rurais, como é no caso da
construção das cisternas. Tudo isso faz com que se torne uma intervenção de
qualidade para a dignidade humana, favorecendo a cidadania e a participação
comunitária, em vista do seu desenvolvimento sustentável”, destacou o arcebispo.
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